Ora toma lá resposta!

Desde que ando todos os dias de bicicleta que sou confrontado com a seguinte pergunta:

Porque é que andas de bicicleta?

Normalmente, quem me pergunta apresenta uma possível resposta, provavelmente o seu ponto de vista e como não tenho resposta formatada parto dessa permissa:

-"É por causa do aumento da gasolina?"

"ehr....também! Obviamente que economicamente falando é um transporte bem mais sustentável que qualquer movido a motor. Poupo na gasolina, nas revisões e peças que são consideravelmente mais baratas, assim como o investimento inicial. Para já não falar em portagens, seguros, impostos de circulação, que são tudo custos fixos de quem possui veículo!"


-"Já sei, tás a poupar no ginásio? Bem que precisavas!"

"sim...é verdade que não gasto um tusto em ginásio, e o pior é que se gastasse não ia. Não gosto de ginásio e assim pedalo 25 Kms/dia, 125 Kms/semana, 500 Kms/mês. É cerca de uma hora de exercício moderado 5 dias por semana, o que somado a uma alimentação saudável é o que faz melhor ao nosso corpo. Está provado que a actividade regular previne problemas cardíacos, aumenta a resistência aeróbica, reduz a obesidade, activa a musculatura de todo o corpo, diminui a ocorrência de doenças crônicas, aumenta a esperança de vida, etc. Noto a diferença na resistência, na musculatura, na perca de peso.
E o melhor de tudo é que faço exercício com um sorriso no rosto!!"

-"É a tua consciência ecológica? É para não poluires?"

"Sem dúvida que essa é uma das razões. Conheces algum veículo tão eficiente em termos energéticos? Afinal é um veículo simples, com o mínimo de peças móveis, líquidos poluidores e não emite partículas nocivas. A poluição do ar é um problema crónico das cidades, assim como a poluição sonora. Sempre que vejo uma bicicleta a circular, é menos um carro a poluir. Fico contente. Vou pela beira-mar a sentir o cheiro da maresiam e para mim isso é riqueza."

-"É para evitares as filas de trânsito?"

"Ui...não tenho a mínima paciência para estar parado no trânsito. Sou ultrapassado por montes de carros, mas ao chegar ao destino costumo apanhá-los a todos ainda a tentar estacionar. A bicicleta dá-me essa sensação de liberdade para além da sensação de rolar livre, com o vento a bater na cara, o sol, a chuva e uma visão periférica panorâmica.

"Tu nunca gostaste de carros, por isso andavas sempre de mota....agora de bicicleta?"

"Sempre gostei de desafios. O carro formata a nossa visão do mundo: Coloca-nos numa redoma de vidro, com rádio, ar condicionado e conforto extremo. Viajar sem ser de carro obriga-nos a planear o que se leva, por onde se vai, para onde e quando. De carro é estupidamente fácil, sem piada!"

Falta acrescentar que, tirando as razias dos automóveis, sinto menos stress no caminho casa-trabalho, demoro menos tempo do que se for de transportes e pouco mais do que se for de mota (ficando a mesma coisa quando há congestionamento). Passei a conhecer mais pessoas e mais simpáticas. A comprar pão na padaria da esquina, a trazer fruta da mercearia do caminho. O Gugas prefere ir para a escola de bicla do que de carro, e vai pelo caminho a fazer caretas para quem está preso no trânsito. Evito criar congestionamentos, atrasar os transportes colectivos, barulho, feridos e mortos na estrada.


Porque ando de bicicleta??


ACHO QUE É POR "INTELIGÊNCIA"!!

Massa crítica


O que deve ser a Massa Crítica?? Supostamente é uma passeio pela cidade utilizando transportes não poluentes, independentemente da posição de cada um. Uns veêm a massa crítica como um local priveligiado para o activismo, outros como uma forma de desfrutar de um passeio mais em segurança pela cidade, outros como uma actividade divertida que passa a ideia de que andar de bicicleta/patins/trotinete/a pé é divertido, saudável e fazível na cidade.
Em alguns sítios tomam outras dimensões:

Festa em Toronto (onde participam alguns BIKEPIRATES):
http://www.flickr.com/photos/martinreis/sets/72157606381934348/

Proibições e choque com a polícia em New York:
http://gothamist.com/2008/07/28/cop_caught_on_video_assaulting_cycl.php

Poesia em São Paulo:
http://aninhaneumann.blogspot.com/2008/07/vilarejo.html

Com regras em Warsawa:
http://www.masa.waw.pl/index.php?option=com_content&task=blogcategory&id=13&Itemid=46

A do Porto, com bastantes recursos:
http://massacritica.pegada.net/massacritica/


Em Mumbai:



Na Roménia:



etc., etc., um site com todas as massas críticas do mundo: http://critical-mass.info/

Fiquem bem e não se esqueçam: Qualquer que seja a vossa ideia da massa crítica, APAREÇAM!

Magia na estrada, por Anjos da Estrada...

Hoje está a ser um dia cão. Nada corre bem e para ajudar ia sendo atropelado quando ia a pé a atravessar uma passadeira, numa zona habitacional, perto de minha casa. O meu filho e os de demais circulam por ali. A senhora, que teve que fazer uma travagem brusca quando ia a subir e mesmo assim só parou a meio da passadeira, ainda achava que tinha razão e desatou a chamar nomes. Reagi mal e ia arrancando o pára-choques ao biqueiro. Isto está a ultrapassar o razoável, e por isso vou contrabalançar com um post bem alegre. Para equilibrar o Karma.

Vik, do blog "The lazy randoneur", diz que tem um sonho. O seu sonho consiste em ver pessoal que circula em pickups ou SUVs pararem para lhe oferecerem bebidas frescas quando ele pedala num dia quente. Diz que deixa algumas bebidas no caminho com uma nota de encorajamento de modo a criar energias positivas para que o Karma lhe devolva algo parecido! ;o)

Um dos comentários que tem a este post é de um amigo que diz que quando fez de mochila às costas o Appalachian Trail nos states, chamavam "magia do trilho" (trail magic) quando encontravam bebidas frescas presas perto do leito de rios, uma geleira com guloseimas (goodies) num cruzamento ou quando alguém lhes desse boleia. E quem fazia esta "magia do trilho" chamavam "anjos do trilho" (trail angels). Como outras coisas deste género, existe uma lei não escrita sobre a magia do trilho que diz que quem o recebe deve retornar a magia a alguém.

Se isto fosse implementado para ciclistas viajantes, em alguma estrada, nalgum local de passagem de bicicletas, poder-se-ia chamar de "magia da estrada", e os benfeitores de "anjos da estrada"?

Neste caso o Vik já seria um anjo da estrada! Vou pensar seriamente em fazer por ser um anjo da estrada, já em Agosto quando fizer o caminho até Fátima de bicicleta!

Xô mau Karma

Espaço público

Já faz uns meses (desde que o verão decidiu nos visitar) que o pessoal decidiu reinvindicar a rua para nós. Sem nenhum género de organização ou combinação, começámos a montar espontâneamente uma esplanada à beira da estrada, "sacrificando" um lugar de estacionamento, que é supostamente público. Sentamo-nos lá por pequenos períodos, de manhã, à hora de almoço e à tarde. É engraçado ver as reacções de quem passa. A ideia geral é de que é extremamente agradável e que assim é que deveria ser, mas também há quem ache "mal" estarmos a utilizar o espaço que "é dos carros".
É uma ideia mais que enraizada, de que o espaço alcatroado perto dos passeios é reservado ao estacionamento dos automóveis, é um direito consagrado na mente das pessoas, é um dado aquirido a partir do momento em que se compra um carro!

Hoje acharam o meu discurso "radical" por considerar que o espaço ocupado pelo automóvel equivalia ao que nós ocupamos na "esplanada ilegal". Isto porque tivémos que nos afastar para um carro sair. "Não sejas radical, então onde é que as pessoas pôem os carros??". Sim, é um problema, a colocar ANTES de comprar o dito! Isso para mim é que é radical!

O verdadeiro problema está quando não se consegue descobrir o problema! Desta forma nunca se vai resolver!

Se calhar se todos nos puséssemos assim e assim as ideias começavam a ficar um bocadinho mais no sítio não?? Uma boa ideia para matutar e assentar que isto é de todos nesses cornos! No bom sentido claro ;o)

Bikers do it better....

;o)



retirado do blog Panoptico

Programas de fim-de-semana

Aqui vão umas ideias para uns programas "cicláveis" de fim-de-semana, para quem more perto de Lisboa:


Peguem na bicla, levem o puto e atrelem a bicicleta dele ;o).
Pedalem pelo pulmão de Lx até ao parque recreativo do alto da Serafina (vulgo parque dos Índios), prendam BEM a vossa bicla no estacionamento para o efeito e vão com o puto até ao circuito de prevenção rodoviária.
Ele passa um tempo espectacular a simular a circulação na cidade aprendendo regras que lhe vão ajudar no futuro. Preparem-se para uma carrada de míudos a circular sem qualquer noção sob o olhar (a maior parte das vezes sem sequer isso) dos pais. Isso e olhares de estranheza por estarmos a ensinar regras aos míudos em vez de incitarmos corridas, como alguns. Enfim.


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Outra proposta é a de pedalarem até ao Cais do sodré, apanhar o barco até ao Seixal, pedalar pela sua marginal até à outra margem da baía, na vila da Amora. A marginal é bastante agradável, concorrida e com sorte, na primavera, até avistam Flamingos.
Se quiserem podem coincidir com a iniciativa "Amora sem carros", que segundo este diário digital:
"Trata-se da iniciativa Pedale pela Sua Saúde – Domingos sem Carros, que tem como objectivo estimular a prática desportiva, promover estilos de vida saudáveis, contribuir para um melhor ambiente, criar novas actividades de lazer e valorizar o património ambiental e paisagístico do concelho do Seixal. A autarquia disponibiliza 70 bicicletas e capacetes, na Avenida Silva Gomes, mediante a assinatura de um termo de responsabilidade e apresentação do Bilhete de Identidade.
Corte de Trânsito:
O corte de trânsito será efectuado entre as 9 e as 13 horas, contudo os transportes públicos bem como veículos de emergência poderão circular.
Domingos em que a iniciativa vai acontecer:
Julho: Dias 6, 13, 20 e 27 (estes já passaram)
Setembro: Dias 14, 21 e 28
Outubro: Dia 5"

Grandas malucos

Corridas de velocidade, na tentativa de bater o recorde de velocidade num veículo movido a energia humana. Nao é bem o meu estilo, mas não deixa de ser interessante.





Faz pensar na opção de circular numa "recumbent". Vi-as quando estive na Holanda e nos states a moda pegou e existem bastantes interessados. Via a "recumbent" como uma bicicleta de "slow cruising" numa de apreciar a pedalada, mas aparentemente é capaz de ser mais eficaz aerodinamicamente. Não sei, parece-me mais difícil pedalar naquela posição!





Segundo este site, existem mais tipos de "recumbent bikes" do que todos os tipos de outras bicicletas juntos, e diz também quais os pros e contras das mesmas:

Pros...

Recumbents are fast, comfortable to ride, and a lot of fun. You can go farther and faster than you would on a normal bike, and with much less discomfort.

Cons...

You won't be faster right away - recumbents use different muscles to normal bikes, and it takes 6-8 weeks for your legs to adapt. It can also take a while to master riding them, although most people have the basics after 15 minutes. You must not mind attention - because they are unusual, you get a lot of it!

Na marginal???

Hoje o jornal gratuito "Metro" apresenta nas GORDAS a seguinte notícia:

"8765 condutores a mais de 200 Km/h
Os instrumentos de controlo de tráfego da Estradas de Portugal não servem para passar multas. Mas medem velocidade: os dados estão na internet e basta fazer as contas aos excessos desde Janeiro."

Das vias com mais excessos desde Janeiro está a IC32 que liga Coina ao Barreiro com 1253 casos de veículos a circularem a mais de 200 Km/h e ~mais de 700.000 a mais de 120. No segundo lugar está a Nacional 6, sim a MARGINAL, onde por lei não se pode circular a mais de 70 Km/h e que apesar de ter 2 faixas de circulação para cada lado não tem a mínima configuração para grandes aceleradelas. Nesta, a EP tem o registo de 675 veículos a mais de 200 Km/h!!

É de loucos!!

Depois há uma conversa de um Eng. Francisco Salpico do observatório de Segurança das Estradas e Cidades que diz que "mais do que salientar a velocidade máxima permitida por lei é importante notar a "velocidade de tráfego, ou seja aquela a que a segurança está garantida". "A velocidade máxima não é um valor absoluto. Nas AEs a velocidade de tráfego são 148 Km/h e não os 120 permitidos por lei", continua. Mas "qualquer condutor que exceda os 155 Km/h deve ser punido", diz, "pois está a pôr em perigo a sua vida e a dos outros". "

O que é isto? A lei diz uma coisa, mas só se deve punir quem prevarica um pouco mais para além do que diz a lei? E entre os 120 e os 155?? é a tolerância académica (nome que davamos aos 15 minutos de atraso às aulas, pois não havia intervalo definido)??

Não encontrei estes dados no site da EP , mas reparei que existe um registo de reclamações. Já sabem onde o poderão fazer.

E já agora aproveitam e preencham o inquérito da FPCUB e enviem-no de volta. Já preenchi o dito mas não o consigo devolvê-lo :o( parece ser demasiado pesado! (7 MB)

Bike community project

Pretendo criar uma associação
cuja missão é dar “poder” aos ciclistas
e tornar a bicicleta acessível a todos.

O objectivo principal é criar e manter
um espaço em Linda-a-Velha para,
de forma voluntária, se poder arranjar bicicletas,
criar novas bicicletas de peças doadas,
dar workshops sobre bicicletas e
intervir na promoção da bicicleta no dia-a-dia
como ferramenta para um mundo melhor, mais limpo,
mais saudável, mais silencioso e amigo.

Se estás interessado em juntar-te
como voluntário envia um email para
gnpais@hotmail.com

A associação é inspirada nos amigos bikepirates.com


Este tipo de associação, ou comunidade é bastante comum na américa do norte. No fundo são associações baseadas na comunidade ou bairro, que numa clara demonstração de cidadania promovem o que defendem. Não desresponsabilizam o estado ou federações mas antes dão "poder" a nível local para além de visibilidade à causa.

Se alguém estiver interessado em abrir uma associação do género ou conheça alguma relacionada com bicicletas não se coiba de enviar um email. Vivemos da partilha de informação.

Um excelente repositório de recursos para associações do género AQUI


Porque nos matamos na estrada...e como o evitar

Eis o livro que tenho lido nos transportes:


Eis um pequeno resumo do balanço final deste livro que reflecte o nosso comportamento na estrada:

- Portugal destaca-se no seio da UE, tanto pelo elevado número de mortos assim como pelo considerável número de feridos resultantes de acidentes rodoviários;

- Esta situação é particularmente grave no caso dos peões, motas e pesados de passageiros e mercadorias;

- A população portuguesa mostra preocupação com este facto, mas não tem uma visão realista dos números envolvidos (mortos e feridos), nem sequer uma aproximação da realidade.

- De um modo geral, a condução na cidade é um factor de stress e de irritação que apela à ideia de "selva" e que provoca comportamentos de "salve-se quem puder";

- Por outro lado, conduzir fora da cidade provoca sentimentos de liberdade e confiança que contribuem para a atenuação da importância do risco, potenciando a velocidade exagerada;

- A velocidade em excesso é a transgressão que os condutores portugueses mais admitem transgredir e que, num mecanismo de evidente desculpabilização, não é destacada como potenciador de perigo;

- Um aspecto que sobresai nos estudos diz respeito à auto-imagem fortemente deformada que os condutores portugueses projectam de si próprios, vincadamente associada a uma elevada cullpabilização externa dos acidentes;

- Estes dados comprovam que somos um povo com uma forte tendência para a adopção de mecanismos de desculpabilização, encontrando no exterior de nós próprios (nos "outros", no Estado ou na Providência) as razões dos nossos infortúnios;

- As autoridades rodoviárias são mais percebidas como o "inimigo" que nos espreita e que é gratificante ludibriar, do que alguém que está no terreno para nos proteger, prevenindo as situações de acidente, dissuadindo os faltosos ou punindo os infractores que colocam em risco a nossa segurança;

- Estamos longe do paradigma britânico, em que os cidadãos se sentem na obrigação de colaborar com a polícia com vista à diminuição da sinistralidade e mais próximos do povo francês que vê essa colaboração como "delação";

- A ideia de ineficácia da polícia prende-se com a ausência de controlos sistemáticos e permanentes;

- O controlo intermitente e esporádico dos condutores aumenta nestes o sentimento de impunidade nas suas trangressões ("arriscar compensa") ao que acresce a brandura do actual sistema de penalizações, que comparado com o do Reino Unido tem multas de montante reduzido e a perda do direito de conduzir é relativamente pouco generalizada;

Concertos, ecologia, juventude......

No primeiro dia do Alive! em Algés, fiquei impressionado com o número de carros estacionados perto dos edifícios da antiga Docapesca. Estava um alta confusão, carros em cima de passeios, da relva, em todos os cantinhos difíceis de imaginar. A grande maioria eram jovens, muitos deles com ar de revolucionários e tal. Lembrei-me de como era quando era adolescente... as excursões de mochila às costas, geleiras com comida e bebida, tendas e transportes públicos. (Desde que trabalho aqui no Seixal o número de jovens de mochila às costas a caminho do festival do Avante! diminuiu brutalmente). Não quero entrar em moralidades, e em discursos do género "no meu tempo é que era" mas é possível ter prazer, curtir um concerto, boas malhas com um mínimo de consciência. O concerto era mesmo ao lado de uma estação de comboios!

Ao tomar o pequeno-almoço ouvi na ant3na que a Delta tinha muitas preocupações ambientais na organização do festival Delta-tejo. Pensei no caso do Alive! e pensei em articulação com transportes públicos (carreiras mais tardias, para mais locais, etc.), promoção da não-utilização de transporte individual, para além de outras medidas e fiquei atento. Falou o vice-presidente da Delta que andaram a investigar uma maneira de retirar a membrana plástica dos pacotes de açúcar e torná-los bioedgradáveis e terem utilizado papel recíclado na publicidade..... enfim, coisas boas, mas as cenas mais fáceis, básicas e baratas nunca são implementadas!!!

(parece uma discussão que tive com um senhor que foi fazer uma demonstração lá em casa, sobre a redução de emissões poluentes. Dizia ele que o que eu pretendia, a redução da utilização de automóveis era irreal, quase utópico. Deu o exemplo de que um senhor no norte do país inventou um aparelhómetro que instalando no motor de um automóvel reduzia para metade o consumo deste. Rematou com um "épá, era o estado a pagar a produção disto e colocar em todos os automóveis. Isso são medidas concretas e sérias". Fiquei com cara de enterro e disse que se cada uma das pessoas desse boleia a outra reduzia o consumo para metade. Isto é utópico?? E eu é que sou burro??)

Entretanto, ainda na Ant3na a locutora Cláudia Semedo queixou-se de que no Alive! viu-se desgraçada para estacionar o seu pópó. Escusava de ter ouvido um "havia uma estação de comboios mesmo ali ao lado" do seu colega José Mariño. Lá se desculpou, de que de onde vinha não havia estações de comboio, e de que à noite é tramado para uma rapariga andar sozinha na rua, e de que não tinha arranjado companhia. eheh Gosto muito da Cláudia Semedo, gosto da sua voz. Se quiser companhia, arranja-se uma bicla! ;o)

Pensei num projecto interessantíssimo. Fornecer um serviço de estacionamento gratuito e seguro para biclas em concertos recebendo em contrapartida a promoção da utilização de bicicletas no anúncio do concerto......a associação começa a ter pernas para andar!!


muito gosto eu de notas soltas.....


Anteontem...lá vinha eu no meu percurso diário, a descer o "junça" sob um arco de árvores que faz uma sombra fenomenal. Uma bicicleta sem muito esforço consegue ultrapassar o limite legal que é de 40Km/h, tanto q nem dou ao pedal, vou antes a "rodar a pedaleira" devagar como exercício de aquecimento para os 10Kms que se seguirão. A meio da descida, quase sozinho na estrada (é excelente apreciar o silêncio matinal) oiço um carro a aproximar-se (lá se foi o meu silêncio matinal) e não é que a senhora condutor manda um sonoro "FON" que me fez desalinhar os meridianos todos, que é como quem diz: apanhei um cagaço de tal maneira que tremi de uma ponta à outra! Não faço a mínima ideia qual o objectivo de tal buzinadela mas não havia necessidade. Lá me ultrapassou, quase em cima da curva e em excesso de velocidade, concerteza toda contente. Nunca percebi esta felicidade tão efémera pois não há dia em que não apanhe os pópós paradinhos no fim do Junça. Parei junto ao carro da senhora e avisei que buzinadelas dessas assustam e que podia ter provocado o acidente. Deve ter memória de peixe-dourado pois parecia que lhe estava a contar uma novidade, algo que nunca tinha acontecido.

E pronto...como diz o povão: "O importante não é vencer todos os dias, mas sim nunca parar de lutar". Acho que vai ser este o lema da associação que pretendo abrir ;o)

p.s.: uma vez andei num carro, um volvo antigo que tinha um interruptor para alterar o tipo de buzina: de cidade ou de estrada. Assim é que deveria ser!


Se eu tivesse a airzound...ui...experimentavas do teu veneno!! eheh

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Hoje li nos jornais gratuitos no Barco que a principal preocupação do Ministério da Administração pública (MAI) é o aumento de casos de carjacking. Investiguei um pouco na net e descobri aqui que em 2005 registaram-se 330 crimes de carjacking e aqui que só este ano (não sei pq dizem 8 meses, se só passaram 7!) já se registaram 4 mil atropelamentos ou seja mais de 16 por dia. É escusado dizer que do segundo tipo de CRIME verificaram-se 74 mortes (137 o ano passado) e do primeiro não sei, mas creio que nenhum dono de AUDI ou BMW tenha morrido.

Copenhagen em 2015

O poder autárquico de Copenhagen vai duplicar a verba gasta na melhoria (!) das confições para ciclistas na cidade. Com esta medida, pretendem em 2015 ser a cidade número 1 em "ciclabilidade" (temos que começar a inventar estes termos!) e sustentabilidade rodoviária.

Numa participação pública elaboraram esta lista com as pretensões dos seus habitantes:

"The City in 2015 - how does it look?"

A CYCLING MEKKA
Cyclists have conquered the streets
There are few accidents
There is room for both fast and slow cyclists
Cyclists get a tax break for riding
The main boulevards are now underground tunnels for cars.

INFRASTRUCTURE
Cycle tunnels under and bridges over the harbour
Bike paths all the way along the harbour, on both sides
Bike motorways straight to the city centre
Cycling allowed in all green areas (some parks are bike-free zones)
Three lane bike lanes for different speeds
Green Wave system on all traffic lights

LIFESTYLE
Trendsetting bike design
Bikes that symbolise who I am
Our City Bikes are gorgeously designed

EXPERIENCES
Beautiful routes with great views
More trees planted along bike routes
More bike events

SERVICE
Creation of service stations along bike routes where you can pump your tyres and charge bike lights
The City loans out free bikes
Free City Bikes to all Copenhageners
Free bike lights
Mandatory warning sounds on busses when turning

BEHAVIOUR
Cycling courses for locals and tourists
A city without bike locks
No bikes left behind
Everyone checks over their shoulder before turning
Cycling training tracks for kids
Everyone is friendly and smiles

PARKING
Many smart bike racks
Fantastically gorgeous bike parking
Newly-invented multistory bike parking
Bike racks with attached service centres
More covered bike racks.

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Isto para mim é simplesmente espectacular. E acredito que somos capazes de melhorar as condições para os ciclistas se nos juntarmos, se fizermos massa crítica e se estivermos mais no terreno.
Estou tentado e tenho estado a falar com amigos, em criar uma associação de "bike advocacy" como existe pelo mundo civilizado fora. Tentar arranjar um espaço físico, não só virtual, onde se pode conversar, convencer, voluntariamente arranjar bicicletas, aconselhar, enfim dar PODER a quem pretende usar a bicicleta no dia-a-dia. A minha cabeça anda a fervilhar e vou-me pôr a mexer para ver se tenho ajudas da junta de freguesia de onde vivo para montar um projecto deste género. Toda e alguma ajuda é bem-vinda.

Já é altura de começarmos a ter estas e outras preocupações:

Bicicletas públicas em Lx

Se sempre forem instalar um sistema de bicicletas públicas em Lisboa, por favor aprendam com exemplos já implementados. É que se o sistema é mau acaba por matar a ideia.

- Uma rede pequena e não articulada com o sistema de transportes públicos não é utilizada com frequência.
- O ideal para que o sistema funcione como um recurso quotidiano é um ratio de 1 bicicleta/ 200 habitantes
- A manutenção do sistema é imperativo e deve ser considerado prioritário (manutenção bicicletas, dos postos, etc.)
- A implementação do sistema deve ser complementado com medidas de incentivo à circulação de bicicleta (abrir os BUS para ciclistas, usar sinalética para lembrar a partilha de via aos automobilistas, cursos de condução de bicicleta gratuitos, etc.)
- Simplificar o sistema de carregamento/pagamento da utilização da bicicleta. (evitar o exemplo dos cartões usados em Lx)
- Fiscalização (evitar roubos de bicicletas, uso indevido das mesmas)

Vejam o exemplo do Velib, implementado em Paris, e o maior do mundo.

Massa crítica ou "Ciemmona" em Roma

É outro campeonato....mas podemos sonhar com algo parecido!

Eu, por exemplo, vou pensar a sério na cena dos "mobile mojitos" hum......

Nova bina

UHU! Tenho uma bicicleta nova. No passado sábado, aquando da limpeza da sede do 626, lá estava ela. Uma bicicleta azulinha a mostrar o peso da idade. Perguentei de quem era, era do Camy. O Camy ofereceu-ma, pois disse que iria concerteza ficar parada na garagem à espera de arranjo!

Muito obrigado Camy, vou colocá-la ciclável por enquanto, mas depois vai levar um tratamento porreiro. E vou oferecê-la à Cris.

Ó p'ra ela:



É uma Corga com selim "Tabor".
(Não encontro referências na net sobre a bicla, mas Corga é uma localidade na zona de Aveiro...zona de indústria relacionada com a bicicleta, será?)

Notas soltas

Estou num grupo de trabalho que pretende fazer um observatório de sinistralidade rodoviária no Seixal. Como técnico posso intervir nas propostas de soluções a implementar...meus amigos, a bicicleta e os peões não serão esquecidos ;o).
Descobri que uma das técnicas preferidas para reduzir o número de atropelamentos é a redução de passadeiras :os e emprestaram-me o livro "Porque matamos na estrada...e como o evitar".
É um estudo exaustivo do comportamento atrás do volante....tem carradas de estatísticas, explicações técnicas para comportamentos, etc., etc. medo muito medo.

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Hoje o tempo estava acinzentado. Lembrei-me da obrigatoriedade de circular com as luzes acesas na escandinávia e Holanda e liguei a luz traseira. Não o fiz à frente. Uma camioneta de transporte de cerveja atravessou-se à minha frente, quando estava a olhar para mim. Ou não calculou bem a minha velocidade ou passei-lhe despercebido! Da próxima ligo a luz da frente no modo pisca-pisca. (ia com uma camisa cor de laranja bem visível).

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Já ando a "contagiar" alguma gente, que está a ficar com vontade de pegar na bicicleta. Ontem perguntava-me um colega como é que venho no Inverno. Isto vai pegar. Vou escrever uma carta ao xôr presidente a propôr medidas imediatas e sem grandes gastos para a promoção da utilização da bicla para o trabalho.....para começar um lugar de estacionamento coberto e protegido e talvez um balneário no futuro edifício!

Frases soltas

Quando for grande...

..a minha GT Timberline de 1994

...quer ser uma KOGA-MYATA WORLD TRAVELLER

Does she look tough or what?

BORING...

Já tinha pensado neste post faz tempo. Fui-me esquecendo, mas hoje ao ler, uma vez mais, nessa fonte imperdível de excelente informação e desconcertação interna que é o Menos 1 carro fui dar ao blog Panóptico e em especial a este post .



Só tenho a acrescentar:

CAR IS BORING

BIKE'S NOT

As 11 cidades mais amigas da bicicleta no Mundo


São estas as 11 cidades mais amigas da bicicleta:

1- Amesterdão, Holanda
2- Portland, Oregon (US)
3- Copenhagen, Dinamarca
4- Boulder, Colorado (US)
5- Davis, California (US)
6- Sandnes, Noruega
7- Trondheim, Noruega
8- San Francisco, California (US)
9- Berlin, Alemanha
10- Barcelona, Espanha
11- Basel, Suíça

Quais são os critérios para se chegar a este top 11......planeadores, decisores públicos, ciclistas, peões, todos?

Os cinco "Es":

- Engenharia (infra-estruturas pró-bicicletas, como estacionamento, sinalética e vias próprias, ligação entre as vias próprias e as vias de circulação normal, etc.)
- Educação (acções educação rodoviária pró-ciclista, por parte tanto de peões, ciclistas e automobilistas)
- Enforcement (policiamento/legislação) (fiscalização do cumprimento das leis que encorajar a utilização mista das vias de circulação e leis específicas para bicicletas)
- Encorajamento (promoção da utilização da bicicleta na cidade através de campanhas)
- Evaluation & Planning (avaliação e planeamento) (sistemas de medição de sucesso de programas em curso e de planeamento futuro)

Dúvidas? Vejam mais aqui

E um vídeo bem catita:

iFlasher

Design Winning bike ligths

O iflasher produzido pela reelight é a mais recente inovação em luzes sem pilhas para bicicletas.



Estas luzes funcionam por meio de imans colocados nos raios da roda e estão presos ao quadro. Eliminam a necessidade de utilizar pilhas que não são muito amigas do ambiente e caras.



Funcionam sempre que a roda está em movimento, ligando-se e desligando-se sozinhas. Especialmente práticas na escandinávia e na holanda, onde a lei obriga que as bicicletas tenham sempre as luzes acesas (assim como cá com as motas) por questões de segurança (visibilidade).

Super MUMs

Copenhagen super-mums:





Não me canso de publicitar....

....a capacidade de transporte de uma bicicleta:





Se em Copenhaga é possível porque é que cá não é? Isto é para responder àqueles que me dizem que é tudo muito bonito mas para eles não dá, pois tem de carregar isto, aquilo, etc.

Vejam a colectânea DANISH CARGO BIKES do flickr

Insolitos III

Ontem a caminho da jogatana semanal da bola, em plena Paiva Coelho - Seixal, ia eu a circular quando sinto um carro a aproximar-se em demasia de mim. Era um senhor idoso que ia a fazer sinal com a mão para me encostar. LINDO.
A Paiva Coelho são 2 ruas separadas por quarteirões de edifícios. Cada rua tem um sentido, e montes de carros estacionados perto do passeio. Eu ia afastado q.b. dos carros pois a maior parte dos acidentes ocorrem ao embater em portas abertas inadvertidamente.
O senhor começa a apitar e fazer mais sinais....."mas o que ele quer?" penso eu, tinha carros parados à minha frente a uns metros de distância. Então não é que o senhor começa a passar fazendo a pior razia que alguma vez me fizeram (vá lá que era a baixa velocidade) enquanto fazia (a custo) o sinal para me afastar.
O senhor não devia ter a noção da razia que me estava a fazer, o que é assustador, mas lá seguiu na dele, até ficar atrás de outro carro*.

Não compreendo o que faz esta gente reagir deste modo. Faço analogia a um jardineiro que esteja a cortar a relva com uma gadanha. Sentado na relva está uma criança, um casal de namorados, alguém a descansar, a brincar, whatever. O sr. jardineiro convencido de que não se pode pisar a relva, apesar de se poder, em vez de conversar, ou passar ao lado, passa uma razia com a sua lâmina afiada a quem se meta à sua frente pois "não se pode pisar a relva". É de loucos.

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* Outra coisa engraçada é reparar que ficar atrás de outro carro é uma coisa chata, mas é a vida. Parar por causa de outro veículo mais pequeno isso é intolerável!
Reparo nisso no dia-a-dia, e na bicicletada, quando enchemos a rounda da Av. da Igreja em Alvalade, foi um sururu, quando nessa avenida existe estacionamento em dupla via que lhes prejudica a passagem e eles estiveram paradinhos na Av. da República minutos antes mas...atrás de carros!! ;o)

Upgrade....


Estou na fase seguinte....preciso de tornar a bike num veículo porta-tudo, uma Sport Utility Bike.

Como o kit freeradical da xtracycle é ainda um pouco caro, vou tentar uma solução intermédia. Já me pus a recuperar os antigos alforges (se aqueles alforges falassem, a quantidade de aventuras que viveram!!), e vou fazer uma solução homemade para os prender ao rack )porta-bagagem) sem inviabilizar a possibilidade de montar a cadeirinha. Vou forrar o topo do rack (algo desmontável), colocar um avanço no espigão do selim com um guiador pequeno e uns apoios para os pés nas escoras da bicla. A ideia é ter um espaço para levar o puto caso não me seja prático levar a cadeirinha! (o grande trunfo da xtracycle). Para isso, o Gugas tem de aprender a aguentar-se bem na traseira da bicla, pois não vai ter cinto.

O passo seguinte será a compra de um trailer, para poder levar o Gugas à escola de Inverno. Isso e para levá-lo mais a mana que lá para o natal vem de França no bico da cegonha :o)

Nisto, só falta comprar uma bicla pá mãe e pô-la a andar com a família toda!

Vou dando novidades do avanço da coisa aqui no blog....










Solução

A bicicleta, para além de ser capaz de resolver problemas de transporte, ajudar na redução da emissão de gases poluentes, pode ter um forte contributo no desenvolvimento económico e na resolução de problemas sociais....GOOD THINGS CAME IN SMALL PACKAGES!

Ver também a WorldBike

Na senda do "menos 1 carro"

O Miguel Carvalho, do blog MENOS 1 CARRO colocou vários posts sobre como as regras de trânsito e o desenho urbano não são favoráveis para os peões. Como não lido bem com a injustiça e sinto esta muito especialmente na pele, cá vão mais umas achegas.

Para além da ocupação ilegal dos passeios pelos automóveis temos que gramar com isto:

A maior parte da sinalização e mobiliário urbano está situado no passeio...
...mesmo quando este é infimamente mais pequeno que a via
...mesmo quando são destinados aos automóveis




(isto é numa curva, é proibido lá estacionar apesar de estar repleto, qual o problema de colocar os sinais ou o candeeiro na via?)








e tenho mais, mas não estou a conseguir carregar as imagens: Caixotes do lixo em recortes do passeio em vez de se situarem na via, e pérola das pérolas, em zonas com estacionamento pago, lugares marcados em cima do passeio.


RECLAIM THE STREETS

Para aprender/ensinar a andar de bicicleta


Um colete reflector com uma pega nas costas! Dá uma ajudinha quando se está a aprender a andar de bicicleta. E com um jogo gratuito incluído