AOM #5, #6 e #7

Uns dias sem vir ao blogger e começa logo o blog a encher-se de teias de aranha! ;)

Não pus de parte o desafio Art Of Manliness e por isso apresento-vos aqui os últimos 3!


#5 - Agarrei no CV e atualizei-o! Retirei muita descrição detalhada, dei mais enfoque ao trabalho voluntário e formações na área da Transição e Permacultura. Está renovado!

#6 - Sempre tive problemas de memória. Digam-me um número para decorar ou peçam-me para lembrar-me de um nome e é um inferno. Sempre arranjei mnemónicas, por exemplo, arranjo alcunhas a quem conheço e não me esqueço de nenhuma (o caraças é depois lembrar-me do nome verdadeiro). Mas há alturas da vida em que se tem que decorar algo...lembro-me perfeitamente do esforço que fiz para decorar o Pai-nosso e a Avé-Maria quando novo na catequese, e a oração do escuta nos escuteiros. Mas decorei e sei-as de cor ainda hoje. (algo simples para muitos, difícil para mim). De qualquer modo, se isto é um desafio, sinto-me desafiado. Não vou decorar o "if" mas escolhi um poema, o meu favorito para decorar. 


Orfeu Rebelde de Miguel Torga

Orfeu rebelde, canto como sou:
Canto como um possesso
Que na casca do tempo, a canivete,
Gravasse a fúria de cada momento;
Canto, a ver se o meu canto compromete
A eternidade do meu sofrimento.

Outros, felizes, sejam os rouxinóis...
 Eu ergo a voz assim, num desafio:
Que o céu e a terra, pedras conjugadas
Do moinho cruel que me tritura,
Saibam que há gritos como há nortadas,
Violências famintas de ternura.

Bicho instintivo que adivinha a morte
No corpo dum poeta que a recusa,
Canto como quem usa
 Os versos em legítima defesa.
Canto, sem perguntar à Musa
Se o canto é de terror ou de beleza

Bom...vai começar o desafio...Vou enviá-lo para o telemóvel, kindle e escrever no bloco de notas. 

#7 - Melhorar a postura. Desde que comecei a treinar que verifico (ainda mais) que a minha postura no local de trabalho não é a melhor. Idem quando cozinho pois costumo ficar com contraturas nas costas. Desde que comecei a pensar nisto, sempre que sinto que estou a perder a postura recupero-a e não tenho tido dores de costas. Não uso um cordel para endireitar, mas nem é preciso pois estou bem mais consciente deste problema!



AOM #4

Quarto desafio: Fazer uma refeição!

Não é bem um desafio! Tinha 12 anos e já era cozinheiro da minha patrulha, e tirei a especialidade de cozinheiro em campo nos exploradores e pioneiros! Em casa cozinho praticamente todos os dias. Gosto de cozinhar!

Mas para não tirar a pica ao desafio, respondi ao desejo do meu avô de "comer uma bela dobrada" que já fazia faz tempo!

Fui comprar dobrada ao talho.

Os "refolhos" castanhos são raros e é a parte mais tenra e saborosa! ;)

Depois de bem lavados com sal e limão.


O tacho com a dobrada feita. 


Na dúvida marchou o "Encosta do Sobral", 
um vinho simpático da zona de Tomar!

Os meus avós a matar o vício da dobrada!


Acompanhada de um arrozinho branco e empurrada com pão 
soube às mil maravilhas.


NEXT!






AOM #3

Mais uma. 
Play! Jogar, mover-se sem alguma intenção. Foi o que fiz. Dediquei meia-hora da minha hora de almoço a movimentar-me. Escolhi um local perto de onde trabalho (uma mata) e andei a explorá-la, correndo, subindo a árvores, saltando rochas e trepando raízes. Foi espectacular. Tão espectacular que acabei por desvirtuar o intuito do desafio #24 do AoM (#3 da minha lista) e acabei por criar um percurso para treinar 3 dias por semana! 


A diferença é que atribuí a cada troço o nome de um animal, em que tento imitá-lo e assim treinar a destreza física, equilíbrio, elasticidade e força, ao ar livre, sem equipamento xpto, nem máquinas, nem mensalidades!

Eis o percurso:


O "esquema" do treino:

Saio do edifício a aquecer braços e pernas.

1 -     Corridinha até ao muro (treino do cavalo)
2 -     Salto do muro e corrida a 4 patas bem esticadas (treino do leopardo)
3-      Corrida sobe e desce com saltos (treino da corça)
4-      Sobe e desce da árvore (treino do macaco)
5-      Corrida rápida em single trail (treino do furão)
6-      Treino de subida, elevações e descida no tronco caído (treino da preguiça)
7-      Corrida/saltos lentos a 4 patas (treino do coelho)
8-      Levantamento da pedra ao peito e lançamento (treino do gorila)
9-      Marcha lenta a 4 patas com estiramentos (treino do camaleão)

Repetir as vezes que queira/possa

10-   Saída pelas barreiras de sustentação da arriba (treino da cabra montês)

Banho nos balneários!!!


Baseado em movimentos Movnat



Animal Flow by Equinox


E provavelmente outros 300 tipos que fitness e cenas parecidas que por aí andam. 
A verdade é que sinto-me bem, mexo-me e uso quase todos os músculos do corpo, puxa por mim, é ao ar livre e há mais gente a querer fazer o treino comigo! Ainda hei-de acrescentar uma corda para trepar, aumentar o peso da pedra...e o ideal seria acabar com banho na baía (se fosse limpa)!!

Qualquer dia faço-o descalço! ;)





AOM #2

Após uma semana em que andei agarrado ao dente (arranquei o siso) cá volto para mais uma tarefa do meu desafio

Pensei agarrar o engraxamento dos sapatos, mas ainda não foi desta. Desta forma, e como foi um fds em que estive envolvido no Banco alimentar, decidi riscar a tarefa #20. 




Ora, serviço foi coisa que nunca me faltou. O facto de ser escuteiro, ter estado muitos anos na IV secção, os caminheiros, cuja mística anda em volta do servir os outros, ter estado mais tarde na animação da IIª secção (10 aos 14 anos), ter lançado a iniciativa de Transição em Linda-a-Velha e a ciclo-oficina comunitária da mesma localidade, não tenho muito a acrescentar. 

De qualquer forma, estive como "pai" de escuteiro no banco alimentar, contribuí para o projeto e este natal vou acampar com a IIIª, fazendo parte da equipa de animação que me pediu ajuda. Conto colaborar mais vezes com o agrupamento, continuando desta forma o serviço que presto à minha comunidade. 

Abraço.

Desafio Art of Manliness (AoM) #1

Hoje decidi avançar para a primeira tarefa do desafio AoM. Decidi começar pelo princípio ;o) e fazer a primeira: definir os meus "core values". 

Depois de estimular a Resposta sensorial autónoma do meridiano (asmr) com um vídeo, aproveitei o estado de profundo relaxamento e escrevi sem grande dificuldade os tais valores profundos pelos quais pretendo guiar a minha vida:

- Liberdade
- Sabedoria 
- Humildade
- Auto-suficiência / resiliência
- Simplicidade

Com a sensação de primeiro passo dado, vou continuar...


ART OF MANLINESS

A tradução é "a arte da masculinidade". Não, não tem nada a ver com algo especificamente sexual, nem tem a ver com alguma insegurança em relação a algo meu. Tem a ver com a vontade de melhorar-me a todos os níveis. E como sigo um site, o art of manliness (via web e podcasts) que disponibiliza um ebook gratuito (só têm que se inscrever na sua mailing list) decidi espreitar. 



Consiste num desafio com tarefas diárias para 30 dias. O porreiro deste desafio é que consiste numa série pequenos objectivos, facilmente atingíveis. E ao colocá-lo público neste blog permite-me que um pequeno grupo de pessoas me "piquem" para que não me deixe dormir e por outro lado, cumpro já uma tarefa que é o de manter um "jornal" ;O)

Vou só substituir os 30 dias por 30 semanas. Assim posso dedicar-me mais a cada objectivo e não fazê-los a correr. Vou escolher a ordem dos desafios e posso mesmo alterá-los (ou adaptá-los à minha realidade) ou juntar vários, caso ache que isso me traga benefícios (me ajude a crescer e não a "passar mais rápido" as etapas). Caso fizesse um desafio por semana sem falhar acabaria em Junho de 2015! A ver até onde isto me leva!

Eis a lista dos desafios:


Por fim, faço este desafio por mim e para mim. Vou tentar publicar aqui os resultados mas apenas até ao ponto que me interessar. E aceitarei feedback caso esteja para aí virado!

Abraço 

Xtracycle na interbike 2014

Segundo o Ross Evans: 

cargo bikes e motor eléctrico é como chocolate e manteiga de amendoim! ;)


Entrevista a Ross Evans
(sem vento seria bem melhor)




Molkky ou jogo da petanca finlandês

O ano passado, num parque de campismo rural conhecemos uns franceses que nos convidaram para jogar ao Molkky. Como podem ver pelo link é um jogo do tipo petanca baseado num jogo finlandês antigo. Divertimo-nos à grande e fiquei de tentar arranjar um para nós. 

Encontrei-o na net a vários preços, mas decidi fazer eu o meu Molkky. Comprei uma vara de vedação (ou de apoio a árvores pequenas) de 2m no Leroy Merlin por 1,99€


Fiz as marcações de 15cm em 15cm 
a começar na extremidade plana


Fiz cortes a 45º

e depois na perpendicular

A extremidade afiada fica o "Molkky" ou "pau atirador"

Com os stencils da Mariana marquei-os

TCHARAM

Ei-os em pé

E em jogo!


Como se joga? Simples: começam juntos como se fosse bowling (parece que há uma ordem certa para os colocar). Lanças o molkky e caso deixes cair um pin contabilizas o valor que está inscrito nesse, se caírem 2 ou mais contabilizas o número de pins caídos!! Levantas os pins no exato sítio onde ficaram imobilizados. O objectivo é chegar aos 50 exatos! (se ultrapassas os 50 voltas aos 25). 

É um jogo muita curtido, viciante, fácil de fazer e barato! E para completar o "ramalhete" coloquei os pins numa caixa de cerejas...et voilá, a proposta verão 2014!

A caixinha de madeira das cerejas para acomodar os pins

"acerto muito pois faço pontaria pai!"

O palco montado

Quantos mais melhor!

Meio de transporte e de diversão...

Depois do meu percurso diário para o trabalho de 25kms (ida e volta) com direito a buscar o Gugas e a Nanny, nada como fazer uns singletracks e "passear" pelos tracks de downhill que há a 300 metros de casa!

Tudo verdinho por causa da chuva dos últimos meses

Esta descida o Gugas fez desmontado! 
É grandita e nem trouxemos os capacetes!

O ponto alto da volta foi ficar a ver o sol a pôr-se ao fundo 
com as filas de trânsito na marginal em primeiro plano!

Ali ao fundo...a marginal abarrotada.

Os poucos raios de sol visíveis iluminavam a lua.

Subimos pelo lado do depósito de água, 
o início das pistas de downhill!

Muitas rampas, curvas com alto relevé (banked curves)
e saltos de loucos, como este.

O gugas fê-lo mas a correr.

Meia horita depois estávamos de volta para o banho e o resto dos afazeres...mas com outros níveis de serotonina no corpo!


Porque gosto tanto de utilizar uma cargo-bike no meu commute?

Não é segredo nenhum de que ando de bicicleta para todo o lado desde 2008.

Assim como não é segredo de que adoro cargo-bikes e que me apaixonei pelo conceito da xtracycle e que decidi transformar a minha bicla numa longtail

















A bicla assim permite-me circular de bicicleta para todo o lado: desde as pequenas voltas, compras, assim como viagens e até o commute diário

Já cheguei a referir que permite andar de bicicleta com o mind-set de quem tem carro! (nem era o meu caso). Mas é mais fácil e por vezes só mesmo assim é possível dar boleia a alguém, levar os 2 miúdos à escola, carregar certas coisas, sem arriscar muito. 

Ainda anteontem o meu dia-a-dia seria muito difícil sem uma longtail:

Vim do trabalho e na bicicleta carregava o habitual: câmara de ar e kit ferramentas básico, cadeado, impermeáveis, muda de roupa e a marmita (já vazia). Cheguei à escola para buscar o Gustavo e reparei que tinha trazido a bola de basquete! Ele subiu para a bicicleta com a mochila às costas (ele pesa 30Kg, a mochila já deve pesar uns 5 ou mais), pôs a bola nos alforges e lá fomos. Subimos 1 km até à escola da Mariana. Subiu tb para a bicicleta mais a sua mochila e a barbie bailarina. Pedalámos outro kilómetro até chegar à banca da PROVE onde comprámos aos nossos amigos agricultores um cabaz de 6Kg mais uns brindes que nos ofereceram. E com isto o Gugas foi a pé e nós na bicla nos últimos 500 metros até casa.

A bicla carregada e parada apenas num descanso lateral normal.


O cabaz da PROVE, mochila, bola basket, impermeável, patati, patata...

...e dois miúdos, outra mochila, a marmita!!!


Conseguia fazer isto com outra bicla? 

Conseguiria...mas não era DEFINITIVAMENTE a mesma coisa!




O tolo d'aldeia

Olhos redondos, muito redondos, cansados, sábios e expressivos. Pele gasta, rija quase carapaça com cor de sol há muitos anos a bater nela. Careca branca do chapéu a contrastar com o vermelhão do pescoço. Mãos rijas, fortes e calejadas da enxada. Aquela que o apoia quando não o põe a vergar as costas. Costas batidas, grandes, duras, fortes. Casou com a rapariga que teve um bastardo do patrão, o único com coragem de aceitar uma mulher já com filho, ou o tolo d'aldeia para tantos. Ele sabia que lhe tratavam assim, mas o seu silêncio calava-os a todos. Mas isso já foi há muito tempo, agora os tempos são diferentes. 
Noutro dia víamos um carro a partir da aldeia cheio, carregadíssimo, de pessoas e bens. É sempre assim. Vêm à terra e levam todos aqueles produtos bons, daqueles que não se encontram na cidade. Diz-me ele:
- Dizem que a cidade é onde está a riqueza...eu só os vejo a chegar com o carro vazio e a voltar com o carro cheio. Onde está a riqueza? Mas eu é que sou o tolo...

Foi a única vez que o vi admitir.