Orpheu rebelde

Orfeu rebelde, canto como sou:
Canto como um possesso
Que na casca do tempo, a canivete,
Gravasse a fúria de cada momento;
Canto, a ver se o meu canto compromete
A eternidade do meu sofrimento.

Outros, felizes, sejam os rouxinóis...
Eu ergo a voz assim, num desafio:
Que o céu e a terra, pedras conjugadas
Do moinho cruel que me tritura,
Saibam que há gritos como há nortadas,
Violências famintas de ternura.

Bicho instintivo que adivinha a morte
No corpo dum poeta que a recusa,
Canto como quem usa
Os versos em legítima defesa.
Canto, sem perguntar à Musa
Se o canto é de terror ou de beleza.

Miguel Torga...e aqui um excelente tributo ao nosso poeta feito por Fernando Ribeiro, Rui Sidónio e Pedro Paixão com o nome "CADA SOM COMO UM GRITO".






"Este trabalho brota de diversas nascentes que, em boa hora, se reuniram dando origem a este turbilhão de palavra, voz e som que o colectivo O.R. vos apresenta. A primeira palavra vai para o poema de Miguel Torga que me fascina e provoca desde a tenra maturidade. Todo o poema é um desafio feito através da voz, do canto, do clamor, da angústia assumida. Para me ajudar a vocalizar esta revolta e conquista convidei o (Rui) Sidónio dos Bizarra Locomotiva que já me acompanhou noutros cantares de terror e beleza. As suas qualidades narrativas são preciosas, são poesia dita pelo músculo e muito lhe agradeço a honra de seu grito neste projecto.
Por fim, dirigi-me à pessoa, que na sombra ou fora dela, mais tem feito pela minha banda de sempre, pela minha única banda, os Moonspell, e que, mais uma vez, não renegou a prometaica tarefa de musicar, com classe e escuridão, as palavras do Torga, reunidas por mim e divididas por ele, entregues à nossa voz e às suas guitarras e ambientes. Profundo e eterno agradecimento. Cada som como um grito é um trabalho diferente. Dizemos o Português gritando, o Português de Torga, duro mas belo, cerimonial mas envolvente.

Fernando Ribeiro"


EXCELENTE..cada som como um grito, que a acomodação nunca faça parte das nossas vidas!

Não à publicidade infantil...

...o manifesto é brasileiro, mas por aqui também se podia fazer algo. Vejam o filme!



Acalmia de tráfego

Vamos brincar às diferenças...vejam as duas imagens abaixo e digam-me qual a diferença?





As duas imagens reportam 2 vias onde foram aplicadas medidas de acalmia de tráfego. A primeira foi feita de uma maneira mais decidida com uma chicane bem apertada e muita sinalética e a segunda é uma medida mais discreta, com àrvores desencontradas plantadas junto à berma a criar uma chicane bem menos pronunciada.

A segunda imagem é da Rua Manuel Agro-Ferreira na Costa da Caparica e a medida foi pensada pela CMAlmada com o propósito de reduzir a velocidade do tráfego automóvel nesta via de acesso à praia muito frequentada por ciclistas (é a continuação natural da rede de ciclo-vias) e por peões.


A Ana viu este vídeo no Nós por cá e apresentou-o aos demais.




Não é de espantar o desconhecimento destas medidas pelos cidadãos, e pelos vistos também já não nos espanta o mesmo desconhecimento por parte dos (alguns) jornalistas. Afinal a definição de chicane na wikipedia de língua inglesa difere e muito da mesma mas na Wiki da língua de camões.

Eu aconselho a das Livable streets....

Agora mais um joguinho das diferenças:



Eu não sei o que vocês vêem, mas aposto que os senhores da reportagem vêm:

i) o veículo eco-lógico de um senhor coitado que não tem culpa de que alguém de preferência estado ou autarquia não lhe tenha arranjado um lugar mais perto da sala e que não está a atrapalhar nenhum peão pois ele cabe NA BOA entre o carro e o muro e é o grande motor da economia e da saúde pública deste país!!!!

ii) uma árvore do "demo" causadora de acidentes horríveis e poluição extrema que ainda por cima vai conspurcar a estrada com sementes e vai chamar bicho!

onde param os peões?

Um dia destes ia a sair de casa e vejo uma senhora a atravessar a rua uns bons metros mais acima. Vinha nas calmas e perto dela estava a chegar um carro. O carro foi-se aproximando e quando estava a pouquíssimos metros apitou...mas não foi PI (aviso) foi um PIIIIIIIII...sabem, daquelas buzinadelas que até são proibidas ;o) estão a ver....

"Mas que raio, qual a razão de tamanha brutalidade sonora?" - disse

"Então, esta malta adora molengar na estrada...ia mesmo a meio...não sabe atravessar na passadeira" - resposta de um amigo meu.

Mas onde estamos a chegar? qual o lugar de um peão numa cidade? é nos micro-passeios e nas micro-passadeiras, sempre a olhar para todos os lados para não ser atropelado? é num quadradinho verde, outrora descampado que a autarquia decidiu jardinar para o gaúdio desta raça estranha, minoritária e mimada que são os peões?? sim esse bocadinho com relva e uma tabuleta "proibido pisar"!

---

Em Londres, a Oxford Circus - talvez o largo do rato lá do sítio ;o) - é uma das zonas onde há mais travessias de peões, foi redesenhada. Das vezes que lá estive lembro-me das "cercas" com publicidade que impediam a livre circulação dos peões (uma técnica tb cá usada) obrigando-os a utilizar as passadeiras existentes, tudo muito regrado com alta poluição sinalética.


Continuando as excelentes políticas de redução de volume de tráfego, diminuição das velocidades praticadas pelos veículos motorizados e dar prioridade ao peão, decidiram usar o exemplo japonês de atravessamento diagonal. (para quem apenas conhece o lado orgulhoso britânico, fica a conhecer a faceta de benchmarking, de conhecer boas-práticas e aplicá-las. Conheci de perto esta prática no departamento de desenho urbano da cidade de Leicester onde realizei um projecto e recentemente o dep. de tráfego fê-lo para diminuir a sinistralidade rodoviária, copiando o exemplo da França, etc.).


Em Tóquio, Shibuya é onde existe o maior tráfego pedonal do mundo. (Imagino a condutora do carro que exempifiquei no princípio do post neste sítio!!). Na ligação do cais ferroviário para o cais fluvial do interface do Cais do Sodré, a passadeira (??) tb é bastante concorrida, sendo normalmente os ditos condutores profissionais, os taxistas os condutores que mais pressionam os peões.



Ora para gerir este tráfego todo tem de haver mestria (ao contrário das passadeiras terríficas de Lisboa onde a mortalidade deve roçar os ataques suicídas no Iraque)...


Primeiro em Oxford Circus tiveram de retirar todos os pilaretes, mobiliário urbano mal colocado, cercas publicitárias, toda a parafernália que "conduzia" o peão como gado, criando os gargalos ou "bottlenecks" nas passadeiras perpendiculares e nas entradas para o metro. Os passeios foram alargados, afinal tinham que albergar 30.000 peões em horas de ponta.



A praça transformou-se num gigantesco passeio e são os carros os intrusos (Épá..a tal condutora do carro que exempifiquei no princípio do post, já se está a benzer toda!!).

Agora é que entra a experiência Japonesa: Quando o semáforo fica vermelho, os carros param em todas as direcções e o sinal para os peões fica verde também em todas as direcções é o "pedestrian scramble". Durante 30 segundos os peões podem atravessar a praça em qq direcção, na diagonal, como desejem, em vez de terem que ficar parados e atravessar aos bochechos (O blog do menos1carro reporta bem esta questão mas não encontro esses posts). Deste modo o tráfego pedonal torna-se mais eficiente, aliviando a carga e evitando a sobrecarga.


"Se daqui até à entrada do metro são 100 metros fazendo a hipotenusa, pq tenho eu de fazer 150 metros dos catetos" - diria Pitágoras :o)

Ou como disse o mayor de Londres: "This project is a triumph for British engineering, Japanese innovation and good old fashioned common sense. The head scratching frustration caused by the previous design is over and we've brought one of the world's greatest crossroads into the twenty first century. Being able to cross in an oblique rather than a perpendicular fashion will make Oxford Circus incredibly more efficient for the millions of pedestrians and road users that use the crossing every year."

Jack o'Lantern

Ontem fiz um João Lanterna...




O efeito na rua com uma vela lá dentro:




Samhain


Estamos a aproximarmo-nos do Samhain.

Samhain é a noite em que nos despedimos da metade solarenga do ano e entramos na metade sombria...o sol está no ponto mais baixo no horizonte. Esta divisão do ano para povos agricultores é extremamente importante e cerimonialmente estes povos pagãos, nomeadamente os Celtas escolheram este Sabbat, em vez de Yule, para representar o Ano-Novo.

Em Samhain, o deus finalmente morre, mas a sua alma vive na criança não-nascida, a centelha de vida no ventre da Deusa. Isto simboliza a morte das plantas e a hibernação dos animais, o deus torna-se então o Senhor da Morte e das Sombras.


Samhain é um festival do fogo e é a entrada para a parte sombria e fria da Roda do Ano. É em Samhain que as fogueiras são acesas para que os espíritos do outro mundo possam encontrar os caminhos para partirem ao Outro Mundo (País do Verão).
É giro ver estes pequenos símbolos cerimoniais na vida das aldeias do nosso interior, para nos lembrar que nunca perdemos a nossa identidade pagã. A igreja cristã vendo que não conseguia alterar estes rituais mudou a cerimónia de todos os santos (All Hollows) para esta altura. (daí o All Hollow's eve -> Halloween)

Continuando...Samhain é altura ideal de lembrarmos com amor aqueles que partiram para o outro lado, por isso éconhecida por Festa Ancestral. Toda a família, ou grupo, se reúne para reverenciar os que já partiram. É muito comum neste Sabbat realizar-se uma ceia em silêncio, conectando-se com aqueles que já cruzaram os portais dos mundos.

É por isso também que lhe chamam a festa dos mortos. Os povos pagãos consideravam que nesta noite os véus que separam os mundos estão mais finos.

Espíritos bons e maus podem cruzar-se com os humanos, daí o costume de nos disfarçarmos de maus espíritos, fantasmas, bruxas de modo a enganarmos aqueles espíritos com quem não nos interessa cruzar.


O Jack O'lantern (a cara de abóbora) é uma das práticas mais conhecidas do all hollows'eve. A sua origem remonta às terras frias da Escócia e Irlanda. A abóbora é um fruto importante desta altura do ano, providenciando comida para o gado no Inverno. As máscaras escavadas do seu interior eram utilizadas para protecção pois as sombras criadas são assustadoras. A vela dentro da abóbora simboliza a luz interior que vem substituir a luz exterior. É a vitória do espírito sobre o material!

Em relação à bebida, a afamada "queimada galega" é a bebida ritual para a noite do Sahmain para os celtas do Noroeste peninsular. No concelho de Santarém é recuperada sob o nome de Champorrião. No resto do mundo celta a bebida mais simbólica é a Sidra.

Na agricultura é a altura ideal para recolher os frutos dos bosques, os cogumelos, apanhar as abóboras e de estrumar e fazer as plantações para o resto do ano.
"Quem planta no Outono leva um ano de abono"



Feliz Samhain

TALL BIKES

Para quem não sabia da existência das Tall bikes:



e para quem sabia, mas ainda não tinha visto uma com full-suspension:

Rescaldo do primeiro aniversário da ciclo-via.org

Foi ontem e foi muito porreiro.


Realizaram-se uma série de jogos de Hardcourt Bike-polo com o "apadrinhamento" do pessoal de Paço de Arcos que já jogam todas as segunda-feiras à noite no ringue local. Obrigado pela vossa ajuda, Kiko, Bruno, Barbosa e cª e ao Bruno Santos.


Apareceu o Steffen da megabix.com com uma bullit clockwork...até que enfim conduzi uma Long John!!! (na foto ao fundo)


Esteve mais malta, pessoal que gosta de biclas ou que apenas gosta de ver, falar, conversar. Esteve o presidente da Junta de freguesia, para conhecer o que faz este colectivo pró-biclas de Linda-a-Velha e para discutir futuras parcerias.

Houve uma mini-cicloficina para substituir a lança do trike do Hernani


Foi um sucesso, podem ver fotos e relatos aqui.

Mais um (pequeno) passo para isto ;o):


Aniversário CICLO-VIA.ORG

Vai ser aqui
Mais uma organização desorganizada pela ciclo-via.org para comemorar a bicicleta.
Ficamos à vossa espera!
Domingo de manhã

Comentários/Conversas na MC dignas de serem registadas...

"Vão mas é trabalhar" - automobilista revoltado
"Vai mas é pedalar" - resposta do crowd de ginga

"Esta MC está muito BIKE" - ciclista

"Mas pq é que estão a encher as ruas com bicicletas?" - automobilista incrédulo
"Estávamos apenas de passagem, agora imagine que estávamos todos de carro!" - ciclista

"Dá-me só um jeitinho para eu passar" - automobilista
"É o que quase 200 pessoas te pediram primeiro" - ciclista

"Já imaginou uma cidade com menos carros e mais bicicletas? Era bem melhor para o seu negócio" - ciclista
"Nunca tinha pensado nisso...mas tem razão" - taxista

-----

O relato da AnaBanana que sentiu que atingiu a maturidade como participante da MC. Passei pelo mesma contradição e luta interior. Agora falta passar essa maturidade para o dia-a-dia. O ciclista que "fura" o sistema injusto para a sua escolha de mobilidade está em desobediência civil, lutando para que o dito sistema penalize quem mais dano faz ao colectivo em vez de pôr no mesmo prato veículos com repercurssões tão dispares para toda uma sociedade*. Todos os dias o CE é incumprido e os incumpridores passam impunes, não sei porque teimam em colocar o dever moral do cumprimento estricto da lei ao ciclista! A lei está errada, deve ser ponderada e mudada. Não pode penalizar um veículo não poluente, que não causa problemas de saúde pública (mortes, feridos, barulho, obesidade, etc.) e não ocupa àreas brutais de espaço público. É injusto.
* não sou a favor do incumprimento gratuito da lei, mas sim casos específicos e que até são previstos na lei, mas injustamente aplicados.

Festa Crítica

Na sexta passada houve massa crítica seguida de festa crítica.

Antes de começar encontrei-me com o Enzo, a Ana e o Bruno no Cais do Sodré.
Começaram as apostas...quantas pessoas aparecerão?

O recorde estava perto das 60 pessoas. Prometemos festa se chegasse à centena.


Meus amigos...eu não os consegui contar a todos, mas houve quem se desse ao trabalho e contasse no Rossio 174 pessoas!!


Foi descomunal.

Lisboa ficou com um ar bem mais evoluído por 2 horas pois numa sexta ao fim da tarde montes de pessoas circulavam pelas suas artérias numa amena cavaqueira, a festejar a mobilidade.

Eu vi um rapaz de 7 anos a pedalar na rotunda do Marquês do Pombal e essa imagem deu-me um alento enorme em continuar a defender a bicicleta como meio de transporte ideal para a cidade!!
Claro que existiram conflitos, os automobilistas não estão preparados para partilhar a via.
Uma massa de ciclistas tão grande implicou algum "corking" em cruzamentos para evitar dispersões. Houve quem atentasse contra a integridade física de quem estava a realizar tal tarefa. Mas porquê?
Os 174 ciclistas, patinadores e corredores demoravam menos de 4/5 minutos a passar por um cruzamento, mas esse tempo deve parecer uma eternidade para quem está dentro de uma lata que até tem marcado 200Km/h no velocímetro mas que tem que andar sempre parado.
Agora imaginem se tivesse sido como em Budapest onde apareceram 20,000 pessoas!!
------
Ontem conheci o Luís, um Colombiano que trabalha em Portugal como nadador-salvador.
Ficou espantado por haver quem conhecesse a realidade ciclista do seu país, onde o ciclismo é o desporto nacional e Bogotá um exemplo de cidade que promove os meios de transporte suaves com especial enfase nas bicicletas desde 1998, quando Enrique Peñalosa foi eleito.
(veio desmitificar a ideia de que só na Europa do Norte se consegue fazer algo do género e a desculpa de que é cultural e que para o latino não dá)
O Luís desloca-se de bicicleta para todo o lado, o que lhe permite poupar bastante dinheiro enquanto se diverte e mantém a forma. Ficou genuinamente contente por ver a minha bicicleta e as opções que tomei para tentar substituir o carro pela ginga.
A maior facada para o Luís é sentir-se discriminado por ter optado por um veículo sustentável.
(a maioria sente "pena" e gaba a opção, mas no fundo vêem-no como estando "out")
Até nas lojas de desporto, atendem-no melhor quando não aparece equipado. (???)
Realmente, por cá penaliza-se a inteligência e o sentido colectivo!

XTRACYCLE - Atrelado DIY

Já há um tempo que andava a estudar a possibilidade de construir um atrelado simples para a ciclo-via.org o utilizar nas cicloficinas (passavam a cicloficinas móveis).

Eis o que eu fiz:



Tinha uma placa de aglomerado (não é ideal, o melhor seria um contraplacado) no qual tinha "stencilizado" o logo da cicloficina.



Aparafusei-lhe um garfo em cromoly roda 26". Para isso utilizei as extensões para o v-brake e o furo existente para prender guarda-lamas ou luzes. Restou espaço para uma roda 14" (talvez dê para uma de 16").


Depois comprei um perfil rectangular em aço tb. Aparafusei-o na continuação do garfo (a meio da tábua como que a fazer uma coluna vertebral). Dobrei-o (com ajuda do Chaleira) a cerca de 3/4 do fim da tábua de modo a encontrar-se com o vértice esquerdo da mesma. Já saído da tábua voltei a dobrar lança de modo a que se juntasse à bicla. Esta dobra permite com que a roda não bata na lança quando se vira. (eu queria fazer este atrelado standard para qq bicla, mas acabou por estar preparado para a XTRA. Mas estou a pensar num adaptador (afastador) para uma bicla não long-tail). As dobras foram soldadas pelo Chaleira.


A lança vai finalmente prender-se num meio-cardan que não é nada mais nada menos do que uma roda de carrinho de supermercado :o)

Este truque aprendi em alguns sites de instructables ou DIY. A ver se se aguenta.
A lança levou um primário para ver se demora um pouco de tempo a enferrujar.

Vou tentar estar lá!

Debate: Que Lugar para o Peão em Lisboa


É já esta 4ª-feira, dia 30 de Setembro, às 18h no Cinema S. Jorge, que se vai discutir com os principais candidatos à Câmara Municipal as condições dos peões em Lisboa.



QUEM DEVE APARECER?



Toda a gente, salvo talvez os acamados. Quem anda a pé, basicamente, quem sai à rua.

Isso inclui quem também anda de carro, de bicicleta, ou de transportes públicos. Inclui os pais com filhos pequenos a transportar em carrinhos, inclui todas as pessoas com mobilidade condicionada (idosos, doentes, deficientes, etc), inclui os viajantes com as suas malas com rodinhas, e inclui os "compradores" com os seus trolleys, e inclui quem se preocupa com eles, os seus familiares, amigos e colegas.



Devem ainda aparecer os comerciantes e os operadores de transportes públicos, pois são dois grupos fortemente afectados pelas condições de acessibilidade pedonal que, a existirem e a serem boas, potenciam fortemente as suas actividades e o seu sucesso comercial e social.



Apareçam, convidem amigos, e ajudem a DIVULGAR!



O Passeio Livre está na rede!





Postem, retweetem, e-mailem, facebookem, whatever!

Xtracycle DIY - RainCover for FreeRad

The FreeLoader is great, the only problem is that it has no cover and rain pours on it, besides that small loads placed high can fall.
In order to repair that, i've decided to make a simple and cheap rain cover.
Here's how i did it:

Just bougth a backpack raincover (8,90€).
The 35/50 L seems the right size...

This one is reversible, you can choose the green or the bright yellow side!

Took off the snapdeck and covered the FreeRad with the RainCover.
You can see that it covers the holes, even with some cargo.
(it has a built-in strap to tight the rain cover)



Put the snapdeck over again


And then i've rolled it (burrito style ehehe) and secured it with a cam strap

(the one i had to secure the snapdeck)

TCHARAM

(actually i've reversed the rain cover, i use the green when rolled and the BRIGHT YELLOW when open)

Time to test it......does anyone knows any DIY RAIN DANCE??

Habemus canus...


Temos mais um membro na família...

Fomos ao Alvito a uma campanha da sosanimal e trouxemos o João Miguel ou "Miguelito"

(não gosto nada de nomes de pessoas dados a cães e tinha logo que me calhar um!)



Tinhamos algumas condições: que fosse rafeiro, pequeno e com pelo curto.

Não é que me sai um podengo e que segundo o veterinário "ainda vai crescer"!!!




Fear of cycling....

Sigam as séries "Fear of cycling" do Copenhagenize:

Series:
Fear of Cycling - Part 01 - Introduction
Fear of Cycling - Part 02 - Constructing Fear of Cycling / Road Safety 'Education'
Fear of Cycling - Part 03 - Helmet Promotion Campaigns
Fear of Cycling - Part 04 - New Cycling Spaces
Fear of Cycling - Part 05 - Making Cycling Strange

sublime...a seguir!

no comments...

Riding the spine: Bolívia

O pessoal do "Riding the spine" brindou-nos com este vídeo feito na remota Bolívia, incluindo uma passagem (OBRIGATÓRIA) pelo Salar de Uyuni!

Riding the Spine: Across Bolivia from Jacob Thompson on Vimeo.

Ó Hernani...olha a malta a cruzar este "mar de sal" hein?

Bike polo

Afinal o que joguei no domingo passao na Street Party do BFF foi "Urban Bike Polo"!
Tipo isto:



Adorei, mas fiquei a saber que o "Bike Polo" original joga-se assim:



Camisola Amarela em Lx

Já existe uma empresa de estafetagem de bicicletas em Lisboa - a camisola amarela!

São extremamente rápidos e provam a todos de que é possível andar de bicicleta

(SINGLE SPEED) por Lisboa!

Desejo-lhes a melhor sorte e que venham mais negócios com recurso a bicicletas!

Todos agradecem!

e o que está à espera para lhes confiar as suas entregas??



BFF Rulez

Anteontem fomos testar os fatos e o percurso:




E ontem 52 "bolhas", "Gotas" e "Coelhos" (Conejitos de la muerte, ehehe) andaram a levitar nas ruas de Lisboa.......muito, muito BIKE!



(Ainda não tenho fotos, mas podem ver aqui o efeito que fez em Milão)


No fim estacionámos as biclas no fórum Lx e estivémos a curtir um sound, comer e beber algo que o corpo agradece e a apreciar a Joyride (que vai estar exposta até dia 13 de Setembro). No fim ficámos por lá a conversar....sobre biclas lá está!

Ainda houve quem seguisse para o After Party, mas eu segui para casa senão hoje não tinha "pedalada" para o duo Gugas & Marian na trabalheira matinal de acordar, vestir, brincar, comer, ir para a escola!!!

Hoje vão começar as curta-metragens "FUN BIKE SHORTS"... ainda não estou em mim...o BFF e a Aeolian ride estão mesmo cá em Portugal! Toca a celebrar as biclas!!

Quanto mais formos a pedalar...melhor!

Em Portland, Sarah Gilbert (mais conhecida por cafemama no universo bloguista), uma mãe que apostou na bicla para colmatar as suas necessidades de mobilidade, viu o seu pedido num drive-thru ser recusado pois estava de bicla em vez de carro (só nos states). Este pedido foi feito numa cadeia de lojas de hamburguers (a BurguerVille) que publicita desenvolver uma carrada de esforços de sustentabilidade.
Esta senhora não se calou, protestou e "blogou" a sua indignação. A cadeia de restaurantes pediu desculpa e até já colocou uma nova tabuleta em alguns dos seus restaurantes...


Até porque em Portland existe uma grande percentagem de ciclistas diários - 4,2% das deslocações diárias são feitas de bicla - o que representa um bom mercado e uma boa "publicidade"!

Quando é que em Lisboa (e no resto do país) podemos ter um "peso" (económico e político) destes??
Para isso é preciso largar o carro e começar a pedalar...é mais fácil do que parece e tem um retorno brutal:
Checkem as diferenças entre cidades bike-friendly e as nossas no Menos1carro

Àrvore genealógica

Descobri ontem este site: GENI

É muito simples, intuitivo, fácil de utilizar. Num instante já tinha preenchido 3 ou 4 gerações da minha família! Agora só falta colocar alguns dados e colocar a malta da famelga a preencher da àrvore para ter uma ideia onde isto pára! É louco ver as voltas que as famílias dão!


Links para o fim-de-semana

Para a semana vai haver o Bicycle Film Festival (BFF) de 9 a 13! A ciclo-via.org vai estar presente com trabalho voluntário e esperamos que haja casa cheia!
----
Já que falamos da ciclo-via.org, aproveito para dizer que neste domingo vamos reiniciar as domingadas em força para nos encontrarmos após as férias e começarmos a organizar o trabalho até ao Natal. É um projecto de comunidade e baseado em trabalho voluntário, pelo que quem quiser aparecer é favor estar no Domingo às 9h à porta da estação de Algés (Rua Major Afonso Pala). Vamos dar uma volta (vamos mapear "ciclovias" com GPS) e paramos algures para uma tertúlia sobre biclas.
----
Em Dezembro vai haver a conferência das Nações Unidas sobre o clima em Copenhagen e o staff vai providenciar 200 biclas para os conferencistas, 40 das quais eléctricas (exigência da Federação Dinamarquesa de Ciclistas). ???? 200 biclas (ok é Inverno) para 10000 a 15000 conferencistas esperados e ainda por cima uma exigência de assistência eléctrica numa das capitais mais planas da Europa e com uma cultura ciclistica como têm é, no mínimo, a gozar com o CLIMA! É o que acha o Copenhagenize aqui.
----
Desde Agosto que voltei ao vício diário de ler uma "tira" da BD Yehuda Moon...adoro!

Alfonso Y José

Mais dois cicloturistas a atravessar o Tejo via Seixal: Alfonso e José de Pamplona!


Trouxeram as biclas numa carrinha até Caceres, e estão a dar a volta ao centro e sul de Portugal, seguindo os parques naturais e algumas dicas do Lonely Planet. Ficaram com mais umas dicas minhas e no fim trocámos contactos, pois quando passar em Pamplona temos que tomar uma canha!


p.s.: No fundo da primeira foto conseguem ver as "Vilar" dos PSP que andam a patrulhar o Seixal de bicla. Ontem apanhei-os a circular lado a lado na estrada, contrariando o CE. Somos o único país da UE (salvo erro) onde esta lei se aplica que na minha opinião é absurda e demasiado car-oriented. Dois ciclistas ocupam a mesma àrea que um carro. É por isso muito devagar? Mais facilita a ultrapassagem (!!??)

Street Liability

Em Toronto, um ciclista agarra-se ao carro (não sei se para se apoiar apenas, se para ganhar velocidade) de um suspostamente advogado famoso (ligado a direitos humanos, justiça, etc.). Sem se perceber porquê, o dito advogado "passou-se" e arrastou o ciclista empurrando-o contra pilaretes na tentativa de o afastar do seu carro. Resultado desta "raiva momentânea": o ciclista morreu e o automobilista vai preso. Podem ler o resto aqui.


Quantas pessoas conhecemos (ou nós próprios) que são calmos, mas no trânsito transformam-se? Não sei se pela frustração de uma mobilidade real distanciada da mobilidade propragandeada ou se pelo alheamento quase total dos sentidos em relação à realidade, whatever.



Mas o melhor é ler os comentários que são feitos. Sei que os comentários na internet são, muitas vezes, a distilação de raiva concentrada, potenciada pela cobardia do anonimato, mas dá para perceber um certo "desconforto" para com o ciclista. Marginalizados por um sistema demasiado "car-based", ficamos entalados entre uma visão demasiado rígida e completamente distorcida do código da estrada e uma incapacidade nata de lidar com a falta de regras. Se circulamos na estrada (que também é nossa por direito) é porque atrapalhamos o trânsito, se alguém decide ir pelo passeio ou por uma via de lazer é porque causam acidentes aos peões (até podem falar da falta de disciplina de alguns ciclistas, mas isso acontece com automobilistas, peões, etc., etc.).

A verdade é que se existe um veículo que consegue circular em quase todos os cenários, estrada, fora dela, passeios, transportes, etc., dá uma dor de cotovelo brutal! Mas o mais impressionante é que este veículo é barato e acessível a todos! Porque não tentar?



Na minha deslocação diária faço uma via em sentido contrário. Hoje fui interpelado por um senhor de idade todo revoltado. Agradeço a sua dica, pois ao contrário do exemplo em cima, pedalar costuma puxar o meu lado melhor! O senhor ia com uma criança na mão, na faixa de circulação dos carros, pois o passeio estava minado de carros estacionados (em frente a uma escola).
Mais à frente viro à direita num cruzamento com o semáforo vermelho. Sem espinhas pois o trânsito que circulava nessa altura nunca colidiria com o meu movimento. À frente outro sentido proibido. Vou deixar a minha filha ao infantário e para isso coloco a bicicleta durante 5 minutos na entrada do prédio. À porta uma confusão generalizada de carros no passeio, no meio da estrada com 4 piscas, senhoras a atravessar a estrada a correr com míudos ao colo...porque não têm sítio para estacionar mesmo em frente. O que pergunta a auxiliar toda indignada? "De quem é isto aqui? Não quero isto interrompido!". Referia-se à bicicleta, claro. Ri-me e disse que era minha. Tirei-a logo pois o engarrafamento que causava era descomunal (NOT). Está incuto no consciente das pessoas!

Se estou contente com o facto de quebrar regras de trânsito? Não, não estou, mas tenho a noção de que é tudo desenhado para uma sociedade de carros. Os sentidos únicos são promovidos para que haja mais estacionamento, para além de que se seguirmos esses sentidos damos uma volta descomunal, mais apropriada a quem tem um motor do que a quem tem de pedalar. Os semáforos (assim como as lombas) são (más) invenções para tentar regrar um trânsito causado por automóveis.

Circulação de bicicletas em vias de sentido único assim como virar à direita quando o semáforo está vermelho são alternativas já dadas em países do norte da Europa. A isto chama-se "Street Liability" e é o que não acontece por cá, onde o mais fraco (peão, depois ciclista) não é protegido e apenas tido em conta após o mais forte (o carro).


Não se pode contruir nem legislar em função desta pirâmide invertida, nem pelo facto destes serem mais. Em portugal os passeios são invadidos pelos "mais fortes", por vezes não existem ou são pouco apropriados aos "mais fracos". O meu avô que tem dificuldades motoras resigna-se a ficar por casa pois não consegue andar em certos passeios, subir as escadas e contornar todos os carros em estacionamento indevido. Isto é de país desenvolvido?

-----








Bau-Bike

Esta bike é inspirada no design Bauhaus.
Segue as linhas limpas e rectas para além do material em bruto muito particular desta casa de design. Tirado do Treehuger.