Casulo de ferro
"O carro distorce a nossa percepção do tempo e do espaço. Eles agem como uma extensão portátil do abrigo que as nossas casas nos oferecem, adormecendo-nos da realidade da distância percorrida e cegando-nos da topografia por onde viajamos. Utilizando quantidades massivas de energia, os carros reduzem o esforço físico requerido para se mover através do mundo a algo como um toque de pulso. Um esforço físico comparável ao de mudar de canal na televisão ou navegar na net.
Os carros também nos retiram da realidade da meteorologia. Ventos de frente, de costas não tem nenhum sentido dentro de um carro. A chuva é apenas uma pequena inconveniência. Temperaturas negativas só requerem um ajuste no termostáto. Visualizar uma tempestade de dentro de um carro é o mesmo que ver um programa sobre a natureza na TV, numa sala confortável com ar condicionado.
Pedalar, por outro lado, faz-nos mais sensíveis às nuances da paisagem e à energia necessária para percorrer uma distância. Pedalar, tira-nos da dormência sedentária do conforto e da conveniência providenciada pelo automóvel e transporta-nos para o mundo físico do tempo, montes, fumos de escape, cães que ladram, cheiros e bonitos põres-do-sol. Conduzir um carro é tão fácil que nem sequer ponderamos se uma viagem deverá ou não ser feita. Utilizar a bicicleta para transporte requer esforço concertado e, consequentemente, encoraja a consideração e eficiência. Pedalar, pela sua natureza, desencoraja o desperdício de energia.
Pagamos um preço demasiado elevado pela conveniência que nos é oferecida pelo automóvel. Dependência em petróleo do exterior, aquecimento global, smog, mortes na estrada e muitos outros problemas que fazem parte do nosso desejo de extender os nossos confortos para além da nossa casa, usando o nosso carro. A verdadeira questão é se vale mesmo a pena, e caso não valha, o que escolhemos fazer em relação a isso."
Aqui
BICICLETADA
"Os carros fazem fumo, a bicicleta não" é o que ele diz. ;o)
Quando construírem cidades para crianças, aí sim vamos ter cidades agradáveis e com qualidade de vida.
o mito do "indispensável"
Crazy Frida
Uma rapariga, Monika de seu nome, suíça, que apanhou o mesmo barco para o Seixal. Começou logo com dificuldades para passar o torniquete das bicicletas/cadeiras de roda, pois está "avariado"!! Não foi fácil passar com tanta bagagem, mas lá passou. Viemos o tempo todo a conversar. Resumindo, a menina passa a vida a viajar de bicicleta. Tinha vindo de uma viagem desde Zurich até Istambul e depois até à Índia!
Recomendou-me pedalar por Istambul...tá bem, pode ser que daqui a uns tempos!
Agora ia para sul, recomendei-lhe Marrocos, ficou a pensar na coisa, e depois apanhar barco até às Canárias, trabalhar aí por uns tempos e depois zarpar até às Caraíbas, América Central e América do Sul...grande viagem.
Tinha uma bicicleta usada, coisa simples, mas com material bom. Malas ortlieb e vaude à prova de àgua, um saco de viagem atrás e uma bolsa de guiador. Eu que vinha a testar umas malitas de cidade para ver como se comportavam, fiquei a invejar aquelas ortlieb, que já as tinha visto.
Ia em direcção a Sesimbra, fazer a Arrábida até Setúbal, ferry e até ao camping praia da galé!
Grande....tem um site com fotos bem porreiras
Insólitos II
Eu - "Boa tarde, ali há pouco fez-me uma razia. Podia ultrapassar com espaço e evitar passar tão perto!"
Ele - "É assim: Queres andar de bicicleta não andas no meio da estrada!"
Eu, já a manjar a pinta do tipo - "o quê??!! Para já não ia a meio. Ia o mais encostado à direita sem pôr a minha segurança em risco, visto a berma estar cheia de areia. E depois, circular na faixa é uma direito que me assiste, assim como se viesse de carro!"
Ele - "Então pode ser que da próxima te passe a ferro!"
Eu, a tentar "sacar" todo o zen de dentro de mim para não lhe partir a boca - "Pela sua lógica se um condutor de camião se fartar de andar atrás de si, passa-o a ferro, não?"
Ele - "SLAM" (barulho da porta a fechar mesmo na minha cara, depois liga o carro para ter o ar condicionado ligado enquanto espera por alguém que vem no barco).
ARGH!!! Lá soltei duas asneiradas.
Épá....como é que o "shared space" sobrevive com tipos deste género a circularem com uma arma que é o carro nas mãos??
Shared space....é possível
A apreciação do espaço e o planeamento cá no nosso burgo é feito sobre o senso comum, uma versão demasiado fechada, egoísta e distorcida da realidade. Basta ver a quantidade de projectos que não são sustentáveis e que normalmente desviam ou prolongam no tempo os problemas, em vez de atacar o problema.
Em certos locais, cá dentro e lá fora, planeiam-se e realizam-se projectos que implicam transformações do espaço urbano tendo em conta várias experiências e provas dadas em vários países em oposição ao dito atrás.
Eis um vídeo sobre o conceito do shared espace. A ideia é atribuir a todos os meios de transporte a prioridade. Para circular há que "negociar" a passagem, respeitando a velocidade do mais lento. O fluxo é orgânico, vai acontecendo e tem de haver, obrigatoriamente, mais atenção por parte de quem circula (peão, ciclista, ou automobilista). Para não falar da ausência de uma panóplia brutal de sinalização veritical e horizontal que é tudo menos humano e por vezes implica uma significativa capacidade de leitura e multi-tasking inumana.
(Em Portugal isto obrigaria a uma formação dos intervenientes. Os automobilistas teriam de se aperceber que tem de circular à velocidade de "passo" e os peões que devem circular com atenção ao que os rodeia).
Na Holanda:
Aconselho a pesquisa de "Shared space" no youtube. Existem por lá vários vídeos de introdução ao conceito. Um must é também a visita a este site.
Atã compadri...como vai a sua horta??
Insólito......mas não da YORN!!
Na bomba estava um senhor a tentar encher uma bola de futebol contra todas as indicações dos senhores do posto:
Perguntei se podia desligar o carro, para evitar poluir um pouco mais a atmosfera. Lançou um riso meio nervoso, meio gozão e ignorou-me. A menina dentro do carro evitava cruzar o olhar com o meu. Voltei a perguntar e a resposta foi mais que muda. O carro ficou seguramente 3 a 4 minutos ligado sem a mínima necessidade e com a total passividade de todos. Isto vai lindo!
Sensação de injustiça...
Power to the pedal
BLOOM!!
"The Bloom device is meant to be a subversive and inspirational tool for our concrete jungles. Similar to the tuft of a dandelion as the wind carries the seedling, we propose a way of dispersing seedlings with bubbles and bicycling. Seeds are co-mingled with a bubble mixture and upon pedaling to your destination , you release the floating seeds which land in cracks and crevices throughout the city streets. Over time, the seeds grow into flowers and plants to create a green "fringe" to our sidewalks and streets"
Arrumar e proteger a bike: BIKETREE
Já imaginaram um parque de estacionamento de bicicletas "disfarçado" de parque???
Tipo, com àrvores? e as bicicletas ficam penduradas nas àrvores??
TCHARAM: BIKE TREE
Bike Tree is dedicated to using the power and the simplicity of the bicycle to promote a clean intermodal transportation system. Bike Tree products emphasize simplicity, efficiency and convience.
Transporting alternatives
Estacionamento de bicicletas!
Retirado do Xiclista
p.s.: adoro as expressões de espanto dos japonêses, ahahaha
Grande Márcio
Agora eu sou pobre, não tenho mais carro, nem transporte público. Comprei uma bicicleta típica holandesa e é assim que vou para o trabalho e ainda escolhi a laranjinha.
Mas, o problema para estacionar é o mesmo de Lisboa.
Um abraço"
Costa da caparica
Sim meio-dia! hora e meia depois!!
Que rica aposta nos transportes....enquanto isso, a ponte está pejada de carros!!
Mas havia uma grande berraria na estação. Dois idosos e outro grupo reclamavam. O que tinha acontecido: afinal o barco das 10h30m nem sequer tinha aparecido! Sendo assim, houve um barco às 9h30m e haveria outro ao meio-dia!! Mas o que é isto?
Em conversa, os senhores já tinham tentado andar de barco no fim-de-semana e aconteceu o mesmo, um barco não se dignou a aparecer. Lá fizeram a reclamação e aceitaram a nossa oferta de boleia. Fomos todos de carro (ao menos não ia vazio) até à outra margem.
Quando lá chegámos fomos estacionar num local a apenas 200 metros da praia, com bastantes locais legais de estacionamento. A zona perto da praia era o que se via:
Entretanto, no "molhe" da praia a imagem era esta:
Eram bicicletas aos magotes. Senhores da Costa Polis, é preciso mais algum sinalito para que prevejam a construção de zonas de estacionamento de bicicletas???
A contrução do parque urbano a caminho da praia é um bom exemplo do que pode ser feito em portugal. A Costa está a ficar com excelentes condições para ciclistas.
As famílias da Costa utilizam a bicicleta aos fins-de-semana. Na foto em cima um tandem com cadeirinha de bébé, e uma bicicleta de um puto de 6 ou 7 anos (encostados à árvore a pisar plantas recém-plantadas...havia estacionamento para bicicletas perto...).
Vi também uma bicicleta de um surfista com umas aplicações para levar a prancha, e eis mais uma família a pedalar....
Existem bastantes zonas cicláveis e parecem apostar nas ciclovias...é sabido que é preferível apostar na educação rodoviária e reclamar a via pública como faixa de circulação prioritária para bicicletas do que contruir vias que dão uma sensação falsa de segurança, mas cada passo é melhor do que estar parado.
Neste caso, a via reservada ao ciclista e o passeio são maiores do que a estrada paralela reservada a latas.....vamos ganhando espaço na cidade.
(A ver é se não começam a estacionar em cima do passeio!)
A estátua do ciclista e a falta de combustível
Ainda bem que atestei a minha GT....eheh
(tou-me a rir, mas se o barco fica sem combustível só a nado ;)
Estacionamento desregrado
A veleidade é tanta que havia montes de "espaço de todos" à espera de ser ilegalmente ocupado e o sr(a) do 76-bj-92 decidiu ocupar logo este à frente de uma rampa!! IRRA!
VEJAM ISTO SEUS EGOÍSTAS