Enviaram-me hoje um link para um post no blog do Pedro Ribeiro intitulado "O dia em que aprendi o que é estar morto".
Conta o cagaço que é não encontrar a filha, que supostamente está na escola que tem um controlo todo XPTO de cartões, mas que deixa a porta aberta. Acontece que a filha entra numa carrinha de um ATL que não o dela e ninguém questiona, ninguém acha estranho, ninguém conhece a menina! MEDO!
Quem é mãe ou pai e não reconhece estes problemas nas gestões de escolas públicas, especialmente agora que são MEGA-ESCOLAS, em que tudo é tratado de uma forma desorganizada e amadora? E dos ATLs que por aí há às carradas que para puderem oferecer preços baixos ou então pelo lucro-fácil (são mais os primeiros que os segundos) oferecem serviços fraquinhos, com pessoas não qualificadas??
No fim diz ele que se vai dedicar a uma luta por uma escola responsável....desejo-lhe toda a sorte do mundo.
No fim diz ele que se vai dedicar a uma luta por uma escola responsável....desejo-lhe toda a sorte do mundo.
Nas reuniões de pais vemos montes de reclamações, no fim pedem ajuda e desaparecem todos. Ficam lá 2 ou 3 que se oferecem para fazer parte da associação de pais, que se oferecem para ajudar na manutenção da escola, na criação do site do CTL...
Quantas vezes não reclamo que no meu caminho para o trabalho a zona mais perigosa de circular é mesmo na frente da escola, onde os paizinhos vão a "abrir" nos seus popós para largarem os meninos?
Será que não podemos contribuir para a luta da sociedade responsável primeiro?
Será que não podemos contribuir para a luta da sociedade responsável primeiro?
Comentei da seguinte forma aquele post:
"(...)Que tal lutarmos por uma sociedade mais reponsável, começando por nós próprios? Que em vez de viver longe de onde vivemos ou de onde os míudos andam na escola passarmos a optar por estar mais perto da nossa comunidade?
Em vez de andar de carro para todo o lado, optarmos por andar a pé ou de bicicleta.
Em vez de ir comprar ao hipermercado ou ir beber café ao sítio "in", passarmos a comprar no senhor da esquina e no café do "fanan"??
Estas pequenas rotinas criam uma rede informal de segurança, onde as pessoas se conhecem e aí a responsabilidade de zelarmos uns pelos outros é reforçada. O Pedro foi apanhado na rede do anonimato, que possivelmente ele próprio contribui por estas e outras razões.
Um abraço e toda a força para a sua luta.
Gonçalo Pais.
p.s.: o que digo acima são exemplos genéricos e não referenciados ao sr. Pedro. Não conheço as suas rotinas nem pretendo alterá-las. Só nos altermos a nós próprios, o que pretendo fazer é o que os anglo-saxões apelidam de "slap in the face". Nem tudo é possível de um dia para o outro, mas aos poucos consegue-se. "
Um abraço e toda a força para a sua luta.
Gonçalo Pais.
p.s.: o que digo acima são exemplos genéricos e não referenciados ao sr. Pedro. Não conheço as suas rotinas nem pretendo alterá-las. Só nos altermos a nós próprios, o que pretendo fazer é o que os anglo-saxões apelidam de "slap in the face". Nem tudo é possível de um dia para o outro, mas aos poucos consegue-se. "
O Pedro aprendeu o que é estar morto...ou será que se apercebeu que esta sociedade (nós inlcuidos) estamos todos mortos?
O "last child in the woods" fala disto tudo... do alheamento que o pópó e toda a tecnologia que pretende substituir as pessoas e os afectos na educação das crianças (os telemóveis, os cartões com chips, as câmaras, etc., etc.)
2 comentários:
Bolas, a maneira como ele falou pensei que a miúda tivesse 4 ou 6 anos. Agora, 10?... "Papá"? Não sabe qual é o ATL para onde é suposto ela ir? Sinceramente, parece-me que a responsabilidade também faltou ao pai nesta história, e à miúda. Não há "escola responsável, segura, atenta" capaz de compensar o crippling das crianças levado a cabo pelos próprios pais. São precisos super-pais (que não existem, só pais super-preocupados), para proteger filhos atrofiados.
E pelo amor de deus, percebo a aflição de pai, mas passemos à frente o overreacting, forma 2 horas no lugar errado para ela mas certo para outros tantos miúdos. Se a pusesse a ir de transportes públicos ou a pé já lhe teria acontecido enganar-se no autocarro ou na paragem, ou na rua. E o mundo não acaba, aprende-se, ganha-se autonomia, auto-confiança.
Logo num dos primeiros comentários, a paranóia:
«Há pouco mais de 15 dias chorei como se tivesse já morrido. A minha filha tem 14 anos. Pediu-me para ir passar um dia a castanheira de pêra , eu deixei. Falei com ela a ultima vez Às 15h, entre esta hora e as 18h30, porque não obtinha resposta quando lhe ligava, senti a morte, senti que não respirava... Pedi a Deus que não me condenasse desta forma. o telemóvel tocou...era ela. Agradeci por ela estar bem.»
Fónix, haja paciência... Não atende o telemóvel, logo, está morta, raptada, violada,... Chiça.
ÁMEN!
Enviar um comentário