Festa Crítica

Na sexta passada houve massa crítica seguida de festa crítica.

Antes de começar encontrei-me com o Enzo, a Ana e o Bruno no Cais do Sodré.
Começaram as apostas...quantas pessoas aparecerão?

O recorde estava perto das 60 pessoas. Prometemos festa se chegasse à centena.


Meus amigos...eu não os consegui contar a todos, mas houve quem se desse ao trabalho e contasse no Rossio 174 pessoas!!


Foi descomunal.

Lisboa ficou com um ar bem mais evoluído por 2 horas pois numa sexta ao fim da tarde montes de pessoas circulavam pelas suas artérias numa amena cavaqueira, a festejar a mobilidade.

Eu vi um rapaz de 7 anos a pedalar na rotunda do Marquês do Pombal e essa imagem deu-me um alento enorme em continuar a defender a bicicleta como meio de transporte ideal para a cidade!!
Claro que existiram conflitos, os automobilistas não estão preparados para partilhar a via.
Uma massa de ciclistas tão grande implicou algum "corking" em cruzamentos para evitar dispersões. Houve quem atentasse contra a integridade física de quem estava a realizar tal tarefa. Mas porquê?
Os 174 ciclistas, patinadores e corredores demoravam menos de 4/5 minutos a passar por um cruzamento, mas esse tempo deve parecer uma eternidade para quem está dentro de uma lata que até tem marcado 200Km/h no velocímetro mas que tem que andar sempre parado.
Agora imaginem se tivesse sido como em Budapest onde apareceram 20,000 pessoas!!
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Ontem conheci o Luís, um Colombiano que trabalha em Portugal como nadador-salvador.
Ficou espantado por haver quem conhecesse a realidade ciclista do seu país, onde o ciclismo é o desporto nacional e Bogotá um exemplo de cidade que promove os meios de transporte suaves com especial enfase nas bicicletas desde 1998, quando Enrique Peñalosa foi eleito.
(veio desmitificar a ideia de que só na Europa do Norte se consegue fazer algo do género e a desculpa de que é cultural e que para o latino não dá)
O Luís desloca-se de bicicleta para todo o lado, o que lhe permite poupar bastante dinheiro enquanto se diverte e mantém a forma. Ficou genuinamente contente por ver a minha bicicleta e as opções que tomei para tentar substituir o carro pela ginga.
A maior facada para o Luís é sentir-se discriminado por ter optado por um veículo sustentável.
(a maioria sente "pena" e gaba a opção, mas no fundo vêem-no como estando "out")
Até nas lojas de desporto, atendem-no melhor quando não aparece equipado. (???)
Realmente, por cá penaliza-se a inteligência e o sentido colectivo!

2 comentários:

SIC by BIKE day disse...

Bogotá é o exemplo!
Ai se esta gentinha passeasse mais, saísse daqui e fosse por aí ver...
Em vez de falarem em mais túneis, mais carros, mais ICs ou trocarem parques de bicicletas por estacionamento de motos (como mesmo ao lado da CML!) talvez resolvessem gastar uma fracção do que pagaram ao arquitecto Gehry e contratassem um gabinete a sério para estudar a Cidade, como se faz em Londres, Melbourne, Zurique, NY e por aí fora...
Boa massa crítica! Bom esforço. E força para a próxima 6ª.
Entretanto apareçam na próxima 4ª na SIC em Carnaxide e ganhem um café e uma visita à melhor televisão de Portugal (sujeito a confirmação)

Gonças disse...

Então confirma lá isso, que eu passo ;o) é mesmo perto de minha casa!!!